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RUPTURA (LESÃO) DISTAL DE BÍCEPS

Entenda a anatomia e as diferentes lesões do bíceps?

O músculo bíceps tem origem no ombro em dois locais separados, com dois tendões separados, que se unem no braço e formam um tendão único que se insere no cotovelo, no osso rádio do antebraço. É um músculo que cruza 2 articulações, do ombro e do cotovelo.

No cotovelo, o tendão do bíceps se insere na tuberosidade radial, uma proeminência no osso rádio, onde também pode sofrer lesões, chamadas de lesões do bíceps distal. As lesões nessa região são mais raras, porém são mais graves, pois, em geral, são completas e causam a perda completa da função do bíceps.


O bíceps tem duas funções. Ele auxilia o músculo braquial para realizar a flexão do cotovelo. Curiosamente, ele tem papel secundário nessa função de flexão, sendo o músculo braquial o principal flexor do cotovelo. A sua outra função é a de supinação, que é a rotação do antebraço (movimento de colocar a palma da mão para cima).

Movimentos de flexão do cotovelo com rotação do antebraço podem contribuir para problemas no tendão distal do bíceps. Carga súbita com flexão do cotovelo é a causa mais comum de lesão completa desse tendão.


Quais são os sintomas das lesões do bíceps no cotovelo e como é feito o diagnóstico?

As lesões do tendão distal do bíceps (no cotovelo) são mais raras que as lesões no ombro. As tendinites e lesões parciais em geral se apresentam apenas com dor no cotovelo, com piora para a flexão e supinação do antebraço. Em geral não apresentam deformidades.

As lesões completas ocorrem mais frequentemente em pacientes entre 30 e 50 anos, que realizam uma força súbita excêntrica com o antebraço em supinação (palma da mão para cima). O paciente sente uma dor súbita e pode apresentar uma deformidade na parte da frente do braço. Em geral apresenta diminuição para realizar a flexão e a supinação do antebraço. De acordo com alguns estudos, a perda de força de supinação pode ser de 70% e a de flexão do cotovelo de 30%. A dor pode regredir em pouco tempo, mas a perda de força costuma permanecer.

O diagnóstico pode ser complementado com exames de imagem, como o ultrassom ou a ressonância magnética


Qual é o tratamento das lesões do bíceps distal no cotovelo?

As tendinites e lesões parciais são de tratamento conservador e apresentam bons resultados com a fisioterapia e diminuição provisória das atividades.

As lesões completas são mais frequentemente tratadas com cirurgia para a reinserção do tendão. Diversos estudos já demonstraram os benefícios da cirurgia precoce para a restauração da força e diminuição da dor. O tratamento não cirúrgico, em geral, só é recomendado para os pacientes sedentários e/ou idosos, mas sempre alertando para o risco de deformidade residual e dor tardia. A cirurgia de casos crônicos é mais complexa e pode necessitar de enxertos de tendão, com resultados inferiores aos tratados precocemente. Por isso, na presença de uma lesão distal do bíceps, quanto antes for realizada a cirurgia, melhores os resultados.

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