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O que é HIPERLORDOSE?

A Hiperlordose é um transtorno na coluna devido a um aumento de uma curvatura interna. Geralmente, a coluna tem curvas naturais muito leves, consideradas normais, sendo duas curvas para frente e duas curvas para trás. Estas curvas naturais são formadas pela forma das vértebras individuais que constituem a coluna vertebral.

São muito importantes na absorção do choque para distribuir o estresse mecânico durante o movimento. Assim como, para ajudar a espinha dorsal funcionar de maneira adequada e desempenhar suas funções.

As duas curvas da frente vão do pescoço, pegando toda a coluna cervical à parte inferior das costas ou coluna lombar. Já as outras duas curvas de trás localizam-se no peito, na coluna torácica e nos quadris ou na coluna sacral. Quando normais, as curvas dianteiras chamam-se lordose normal (lordóticas), enquanto que as curvas de trás são conhecidas por cifose normal (cifóticas).

Embora essas curvas para a maioria dos indivíduos sejam “curvas normais”, alguns indivíduos apresentam curvas exageradas ou anormais, como é o caso da lordose que afeta tanto a região lombar quanto cervical.

Assim, no caso da lordose, há um aumento na curvatura dianteira, colocando muita pressão ou tensão nas outras regiões da coluna, resultando em dores na coluna muito fortes.

Normalmente, quem possui lordose pode parecer excessivamente curvado nas costas, com as nádegas proeminentes parecendo estar empinadas ou com a cabeça projetada para a frente.

Neste artigo, vamos entender quais são as verdadeiras causas da lordose e seus principais sintomas. Além disso, vamos explicar como tratar e evitar a lordose, assim como dar dicas de alguns exercícios para aliviar as dores.



ENTENDA A COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral ou espinha dorsal é uma estrutura rígida, porém flexível, constituída por vértebras

A coluna vertebral ou espinha dorsal é uma estrutura rígida, mas flexível, constituída por 33 ossos superpostos, chamados de vértebras. A coluna vertebral se estende da base do crânio até a pelve, na altura do osso ilíaco, área de transição entre o tronco e os membros inferiores.

Desse conjunto, 24 vértebras são móveis (sete cervicais, doze torácicas e cinco lombares), sendo que as outras não se movimentam. As cinco lombares ou sacrais formam o osso sacro, que se articula com o cóccix, osso formado pela fusão das quatro vértebras coccígeas situadas na extremidade inferior da espinha dorsal. Esse segmento rígido serve de apoio para toda a coluna vertebral.

Em sua maioria, as vértebras estão conectadas entre si por articulações semimóveis, ligamentos e músculos que conferem estabilidade à coluna e tornam possível movimentá-la em todas as direções (para frente, para trás, de um lado ao outro, ou rodá-la sobre o próprio eixo).

Separando uma vértebra da outra, existe uma estrutura cartilaginosa – o disco intervertebral – que funciona como uma espécie de amortecedor de borracha. Ao todo, somam-se 23 discos intervertebrais, todos formados por anéis concêntricos, fibrosos e resistentes que envolvem uma substância gelatinosa capaz de reter grande quantidade de líquido.

Os discos intervertebrais impedem o atrito entre as vértebras, ajudam a absorver o impacto, aliviam a pressão sobre as articulações e facilitam os movimentos de extensão, flexão e rotação.

No interior da coluna vertebral, a sobreposição dos orifícios existentes no centro de cada vértebra forma uma espécie de túnel, chamado canal vertebral ou medular, por onde passam os nervos e a medula espinhal, um prolongamento do sistema nervoso central que tem como função transmitir os impulsos nervosos para todo o corpo.

A coluna vertebral é o eixo central do esqueleto humano. Além de manter a postura ereta, possibilitar a movimentação dos membros superiores e inferiores, proteger a medula espinhal, ela garante suporte ao peso do corpo, serve de ponto para a fixação para as costelas, ligamentos e músculos dorsais e abriga órgãos e vísceras vitais para o organismo.



CURVATURAS NORMAIS E ANORMAIS

Vista de frente, a coluna vertebral parece reta. Mas, observada de lado, apresenta curvaturas fisiológicas na região do pescoço (lordose cervical), do tórax (cifose torácica), da cintura (lordose lombar) e da bacia (cifose sacrococcígea), dando um aspecto de S.

Essas curvaturas são consideradas normais, pois resultam da adaptação natural do corpo humano a posições adotadas nas diferentes fases do desenvolvimento motor, incluindo o período embrionário e o nascimento.

Em outras palavras, elas surgem espontaneamente nas pessoas saudáveis e passam a funcionar como um sistema de molas, fundamental não só para manter o equilíbrio, mas também para aliviar o impacto e a sobrecarga da ação da gravidade sobre o corpo humano nas posições em pé e sentada.

Tais alterações anatômicas são consideradas anormais, quando há redução ou aumento acentuado de uma ou mais curvaturas, comprometendo o alinhamento da coluna e prejudicando o bom desempenho de suas funções. Além disso, qualquer desvio numa região da coluna vertebral pode provocar modificações nos outros segmentos para compensar a alteração e garantir o equilíbrio.

Pode-se dizer, portanto, que cifose e lordose são desvios normais da coluna vertebral, essenciais para sua integridade e o funcionamento do organismo. No entanto, na lordose, a curva está presente nas áreas lombar e cervical da coluna e avança para frente do corpo, na direção do abdômen ou da garganta.


O QUE É LORDOSE

A lordose é supostamente uma curvatura normal da coluna vertebral.

Como dito anteriormente, a lordose é supostamente uma curvatura normal da coluna vertebral que se desenvolve depois do nascimento nas regiões cervical e lombar. Sendo muito importante para melhor distribuição das cargas que incidem sobre a coluna.

No entanto, algumas alterações no grau da curva lordótica da região lombar, para mais ou para menos, indicam a presença de desvios posturais que podem comprometer a mobilidade da coluna na região afetada, podendo ser de dois tipos:

  1. hiperlordose, quando há aumento excessivo da curvatura para dentro do corpo, na direção da frente do abdômen, deixando os glúteos mais destacados (bumbum arrebitado) e a barriga mais saliente;

  2. hipolordose, quando existe redução dessa curvatura a ponto de provocar retificação da coluna nas regiões cervical e lombar.



QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS DA HIPERLORDOSE

A hiperlordose pode ter diversas causas.

A causa de maior parte dos desvios patológicos da coluna vertebral é idiopática, ou seja, sua origem é desconhecida. Nos casos em que é possível determinar a causa, os desvios anormais da coluna podem ser de natureza genética ou ambientais.

Além disso, certos processos de enfermidades podem afetar de modo negativo a integridade estrutural da coluna, contribuindo para a lordose ou podem ser provocados por anomalias congênitas ou adquiridas ao longo da vida.

Podem também estar associados a alterações ósseas, musculares ou neurológicas do organismo. Entre elas, vale destacar hábitos posturais inadequados, traumatismos, tumores, desgaste das vértebras, fadigas constantes e excessivas, fraquezas musculares ou flacidez da musculatura abdominal e do quadril, encurtamento das cadeias musculares, vida sedentária, tabagismo.

Sem falar na prática de atividade física imprópria ou frequente de certas modalidades da dança, como o balé, por exemplo e exercícios mal orientados para aumentar o volume dos glúteos.

O uso constante de sapatos com saltos muito altos são outras condições que tornam as mulheres mais vulneráveis ao aumento da curva lordótica. Há casos também em que mulheres em período de gestação adquirem lordose para compensar o peso da barriga.

Além disso, a hiperlordose lombar provoca um movimento da bacia (pélvis) que demanda o realinhamento de todas as outras curvaturas da coluna. Como vimos, as causas do surgimento da lordose são variadas, sendo que as mais comuns são:

  • Osteoporose – distúrbio na densidade óssea que pode causar perda de força das vértebras, comprometendo a integridade estrutural da coluna;

  • Obesidade – pessoas com sobrepeso podem se inclinar para trás a fim de compensar o equilíbrio, causando um impacto negativo na postura;

  • Espondilodiscites – infecção do espaço do disco vertebral que ocorre quando uma vértebra escorrega para frente em relação a uma vértebra adjacente, geralmente na coluna lombar;

  • Cifose torácica – curvatura excessiva da coluna vertebral para fora, forçando a parte inferior das costas para compensar uma falta de equilíbrio criada por uma curvatura ocorrida em um nível mais elevado da coluna. Por exemplo, corcunda;

  • Discite – inflamação do espaço intervertebral dos discos;

  • Acondroplasia – transtorno de crescimento ósseo de herança genética que pode causar um tipo de nanismo;

  • Espondilolistese – escorregamento de uma vértebra sobre a outra.


PRINCIPAIS SINTOMAS DA HIPERLORDOSE

Alguns sintomas podem ser observados na lordose a olho nú.

Infelizmente, a hiperlordose não é uma doença em que os sintomas são facilmente detectáveis, e ainda podem demorar a aparecer. Sendo que, quando surgem, na maioria das vezes a coluna já está bastante danificada.

Apesar da Lombalgia (dor nas costas) ser um sintoma típico da lordose, é muito comum os pacientes não sentirem dores, mas notarem modificações na postura do corpo ao se olhar no espelho. Outro sintoma é perceber que a mobilidade da coluna não é mais a mesma, tornando atividades simples do dia a dia um desafio para quem tem lordose.

Por causa disso, mesmo que não haja dores lombares agudas, mas notar uma diferença de qualquer tipo na coluna, é preciso consultar um médico o mais rápido possível. Além das dores e da curvatura errada da coluna, outros sintomas são:

  • Grande arco interno na parte inferior das costas;

  • Grande arco interno no pescoço;

  • Espaço entre o pescoço e o chão enquanto você está deitado;

  • Desconforto ou movimento restrito;

  • Espasmos musculares;

  • Mudança nos movimentos intestinais (casos graves e raros);

  • Flacidez na barriga e fraqueza nos músculos da mesma;

  • Dores no pescoço e abdômen protuberante.


DIFERENÇA ENTRE LORDOSE LOMBAR E CERVICAL

A lordose cervical é a curva para dentro da região do pescoço, já a lordose lombar é a curva para dentro da região lombar. Ambos os tipos são causados, diagnosticados e de maneira similar. Embora a lordose lombar seja mais comum na maioria dos casos.


DIAGNÓSTICO PARA LORDOSE

Há várias formas de diagnosticar a lordose.

O diagnóstico dos desvios da coluna baseia-se em exames clínicos minuciosos, que examinam o paciente de frente, de costas e de perfil. Recomendam-se também exames de raios X da coluna, e em alguns casos tomografia computadorizada e ressonância magnética para estabelecer o diagnóstico definitivo e encaminhar ao melhor tratamento.



EXAME FÍSICO

O exame físico completo tem o intuito de revelar a saúde e as condições físicas do paciente. Normalmente, o médico vai perguntar quando a curvatura foi notada pela primeira vez, a progressão no passado e outros sintomas observados pelo paciente. O exame físico proporcionará uma base a partir da qual o médico poderá acompanhar a evolução do paciente durante o tratamento. O exame físico costuma incluir:

  1. Manipulação, para determinar anormalidades na coluna através do toque;

  2. Alcance do movimento, para medir o grau de extensão que o paciente consegue alcançar com relação a movimentos de flexão, extensão, curvatura lateral e rotação da coluna, assim como observar a assimetria do paciente.

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

A avaliação neurológica inclui uma análise de sintomas como dor, adormecimento, parestesia (por ex., zumbido), sensação nas extremidades e função motora, espasmo muscular, fraqueza e alterações nos intestinos e/ou na bexiga.


EXAME DE RAIO X

Os exames de raios X da coluna têm o intuito de medir o grau das curvaturas e identificar lesões que afetam os discos e as articulações, assim como visualizar sinais de fraturas, luxações ou tumores nessa região do corpo.

O exame é realizado com o paciente em pé, a fim de expor toda a extensão da coluna para o exame de raios X em PA (posterior/anterior, ou frente e costas) e lateral. Algumas vezes são utilizados raios X de curvatura lateral AP para avaliar a flexibilidade da coluna.

Além disso, pode ser solicitada uma ressonância magnética na suspeita de comprometimento da medula espinhal. Além disso, o método do ângulo de Cobb pode ser utilizado para medir a curva da lordose em graus, através de um exame de raios X AP panorâmico padrão.


TRATAMENTOS PARA HIPERLORDOSE

Existem algumas opções de tratamento para a hiperlordose.

Embora esses desvios patológicos de coluna sejam assintomáticos, quando os sinais da doença se manifestam, em geral, o tratamento é conservador. Neste caso, o tratamento conservador leva em consideração as características de cada caso no que se refere à idade do paciente, ao grau e padrão da curvatura, às características da deformidade instalada e à intensidade da dor.

O objetivo é interromper a progressão do transtorno, recuperar as funções da coluna vertebral e aliviar os sintomas. Se for possível identificar a causa, a atenção deve voltar-se também para o controle dessa causa base. Nos casos de obesidade, é imprescindível que o paciente se proponha a perder peso.

Com isso, existem duas vias de tratamento, o tratamento cirúrgico e o não cirúrgico, ou seja, o conservador. Normalmente, o tratamento cirúrgico é somente indicado em casos especiais, mais graves com envolvimento neurológico ou que não há correção por vias normais, sendo apenas recomendado a pacientes adultos.



TRATAMENTO CONSERVADOR – NÃO CIRÚRGICO

Em geral, o tratamento conservador inclui técnicas de fisioterapia, como a RPG (Reeducação Postural Globalizada), exercícios de alongamento e para fortalecer a musculatura e estimulação elétrica para que o paciente desenvolva força, flexibilidade e aumente o alcance do movimento. O terapeuta também pode indicar um programa de exercícios personalizado para ser realizado em casa.

Além disso, em alguns casos é indicado o uso de órteses, como palmilhas e coletes ortopédicos, que podem ser úteis para evitar a progressão da curva e, na medida do possível, manter ossos e articulações na posição adequada.

No entanto, o tratamento conservador não exclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares para alívio da dor, tais como paracetamol, aspirina, ibuprofeno, dipirona, diclofenaco de sódio.


TRATAMENTO CIRÚRGICO – CIRURGIA DA COLUNA

Como já mencionado, a intervenção cirúrgica é indicada se a curva lordótica for grave, quando existe envolvimento neurológico, ou se o tratamento conservador não cirúrgico não for satisfatório para proporcionar um alívio.

Nestes casos, o cirurgião da coluna decide qual procedimento cirúrgico e qual abordagem (anterior/posterior, frente ou costas) será melhor para o paciente. O médico levará em consideração o histórico médico do paciente, sintomas e exames. O paciente deverá discutir com seu cirurgião qual o melhor procedimento cirúrgico para sua condição.


MEDIDAS PARA A RECUPERAÇÃO DA LORDOSE

Qualquer que seja o tratamento conservador ou cirúrgico, é importante seguir as instruções do médico ou fisiatra para a eficácia do tratamento e recuperação. Discuta suas preocupações sobre restrições de atividades a fim de chegar a alternativas seguras.

Se o paciente realizar uma cirurgia de coluna, serão fornecidas instruções por escrito e prescrição dos medicamentos necessários antes dele sair do hospital para uma melhor recuperação pós-operatória. São marcadas também algumas consultas para o acompanhamento pós-operatório e evolução na recuperação com o cirurgião.



RECOMENDAÇÕES FINAIS

Na verdade, os cuidados com a coluna vertebral devem começar desde a infância. Toda criança deve ser estimulada a desenvolver uma postura correta, ou seja, uma postura que demanda menor esforço muscular e garantir proteção para todas as estruturas da espinha dorsal. Adquiridos esses hábitos, o ideal é que sejam observados ao longo da vida inteira, portanto, é fundamental:

  • Manter o peso dentro dos padrões ideais para a altura e idade. A obesidade é um risco iminente para desvios da coluna, pois o excesso de peso não só altera a posição de equilíbrio do corpo, como provoca o desgaste das articulações e pode levar à calcificação das vértebras;

  • Evitar o sedentarismo. A prática regular de exercícios físicos, sempre bem orientados, é um recurso importante para fortalecer a musculatura das costas, dos quadris e do abdômen e dar sustentação à coluna;

  • Adotar uma alimentação saudável e variada, rica em fibras e cálcio, é essencial para a saúde dos ossos;

  • Redobrar os cuidados de proteção da espinha dorsal ao transportar objetos pesados, carregando-os bem junto ao corpo para diminuir a força imposta sobre a coluna, a musculatura e as articulações;

  • Evitar a automedicação para alívio da dor e de outros sintomas atribuídos empiricamente aos problemas da espinha dorsal;

  • Fazer alongamentos antes, durante e após trabalhar sentado(a), e se possível, incorporar técnicas de RPG (Reeducação Postural Global) ou pilates na rotina;

  • No caso das mulheres, diminuir ou alternar o uso do salto alto, pois o seu uso constante força a coluna para frente para compensar o equilíbrio*;

  • Procurar assistência médica diante de qualquer alteração que possa sugerir um desvio patológico da coluna.

*É importante escolher cuidadosamente o tipo de calçados e a altura dos saltos. Alguns calçados podem comprometer a marcha e forçar as estruturas da coluna vertebral. É fato comprovado que saltos excessivamente altos provocam alterações no centro de gravidade do corpo, alterando o posicionamento da coluna. Para compensar, os ombros são jogados para trás e a cabeça é projetada para frente, provocando uma mudança na angulação das curvaturas cervical e lombar. Assim, uma alteração em uma região da coluna vertebral resulta em mudanças na coluna inteira, a fim de preservar a posição do tronco e o equilíbrio.

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