A Fibromialgia consiste em um quadro patológico no qual o paciente apresenta dores não inflamatórias generalizadas e intermitentes, sendo observadas mais intensamente em pontos específicos corpóreos denominados como “trigger points”, zonas específicas de maior incidência dolorosa em que o terapeuta avalia por meio de um exame palpatório.
Esta enfermidade está comprovadamente relacionada a disfunções quanto à produção e recepção de determinados neurotransmissores pelo organismo, assim como nota-se uma série de características presentes entre os portadores. Normalmente, são pessoas submetidas a um estresse prolongado, quadro depressivo, transtornos de ansiedade, morbidades adquiridas, maus hábitos alimentares, vida monótona, problemas de cunho familiar, conjugal ou laboral, dentre outros.
Por se tratar de um quadro em que o organismo está ativo abaixo dos níveis essenciais para um bom funcionamento, fatores estruturais também merecem respaldo. Em um corpo depressivo e com dor há muito tempo, a musculatura fica comprometida e, consequentemente, a sustentação do corpo também é alterada. Dessa forma, alguns distúrbios de coluna podem se instalar, como o aumento das dores locais bem como o surgimento de um quadro degenerativo (artrose ou hérnia discal).
COMO A FIBROMIALGIA SE MANIFESTA?
A Fibromialgia se manifesta com dores por todo o corpo.
O paciente com fibromialgia pode sentir dor muscular generalizada no corpo todo e que pode vir acompanhada por outros sintomas, como fadiga e até alterações de memória, sono e também humor. Lista dos principais sintomas:
Dor intensa em todo o corpo, especialmente nos músculos;
Surgimento de diarreia e prisão de ventre, dentre outras alterações intestinais;
Músculos duros;
Sinais de ansiedade e depressão;
Tonturas e cefaleias;
Distúrbios do sono (muitas vezes, o paciente acorda com a sensação de que não dormiu), além de cansaço e sonolência frequentes.
VEJA CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS SINTOMAS
Dor generalizada: dificilmente o paciente consegue descrever essa dor, que nem é aguda nem forte. Trata-se de uma dor constante e “cansada”. É considerada generalizada por ocorrer em ambos os lados do corpo e acima e abaixo da cintura.
Fadiga: por muitas vezes, o paciente já desperta cansado, ainda que tenha dormido por uma quantidade adequada de horas. Ou seja, acaba adquirindo um “sono não reparador”.
Dificuldades cognitivas: dentre as consequências da fibromialgia também podem estar os prejuízos à memória do paciente, incluindo perda de memória de fixação, falta de concentração e raciocínio.
QUAL O GRAU DE OCORRÊNCIA?
A fibromialgia pode acometer qualquer indivíduo. Trata-se de um quadro comum. Entretanto, há vários anos atrás a doença não era conhecida pela denominação que hoje apresenta, e sim por outros termos.
FATORES DE RISCO DA FIBROMIALGIA
Sexo: as mulheres são as mais acometidas. O problema afeta de 8 a 10 vezes mais o público feminino. Histórico familiar: é mais provável que a doença se manifeste em pacientes que já tiveram casos dessa doença na família. Doenças reumáticas: algumas doenças reumáticas podem ser responsáveis pela origem do problema. É o caso da artrite reumatoide ou do lúpus eritematoso, por exemplo.
O QUE PODE AGRAVAR O PROBLEMA?
O paciente com Fibromialgia pode sentir dores ainda mais intensas logo após um grande esforço físico. O estresse e as alterações do clima, além de noites mal dormidas também pode contribuir significativamente para crises acentuadas de dor.
QUAIS OS PRINCIPAIS PONTOS DE DOR?
Há pontos principais de dor na Fibromialgia.
Como já sabemos a dor é generalizada, mas ela pode se tornar mais intensa em alguns pontos específicos que o paciente com Fibromialgia sabe exatamente onde são uma vez tocados. Veja quais são esses “pontos dolorosos”:
Na parte da frente e de trás do pescoço;
Na parte de trás dos ombros;
Na parte superior do peito;
Nos cotovelos;
Na parte superior das nádegas;
No quadril;
Nos joelhos.
COMO DIAGNOSTICAR A FIBROMIALGIA?
Normalmente, o diagnóstico é clínico. É identificada a doença, principalmente, quando o paciente apresenta dor intensa em 3 a 6 áreas diferentes do corpo durante um período de, pelo menos, três meses ou mesmo quando o indivíduo apresenta dor menos forte só que em mais áreas diferentes do corpo. Alguns exames também podem ser solicitados para descartar outras doenças que possam apresentar sintomas semelhantes.
EXISTE CURA PARA A FIBROMIALGIA?
Fibromialgia não tem cura, mas existem vários tratamentos que podem ajudar a conviver com isso. E a Fisioterapia Especializada é o tratamento que mais vem ajudando estes pacientes.
Quando o paciente é diagnosticado com Fibromialgia, ele já é orientado sobre o fato de a condição não ter cura. O que é possível é o alívio dos sintomas. Para isso, existem alguns procedimentos que podem ser prescritos pelo médico acompanhante do paciente.
QUAL O MELHOR TRATAMENTO?
Fisioterapia Especializada: Com certeza esse é o tratamento que mais vem ajudando portadores de Fibromialgia. Sessões regulares de fisioterapia especializada ajudam na melhora da circulação e alívio dos sintomas característicos da Fibromialgia como dor, tensão, stress e fadiga. Técnicas como Liberação Miofascial, Osteopatia, McKenzie, Mulligan, Quiropraxia e Recovery estão entre as que mais ajudam.
Tratamento medicamentoso: Alguns medicamentos como analgésicos, antidepressivos e relaxantes musculares podem ser prescritos pelo especialista. Mas, atenção: nunca se automedique nem interrompa o uso de algum medicamento que o seu médico orientou sem antes consultá-lo.
Auxílio psicológico: Muitos pacientes diagnosticados com Fibromialgia sofrem com distúrbios psiquiátricos concomitante. Isso, certamente irá dificultar a melhora clínica. Dessa forma, é sempre aconselhável a consulta com um psicólogo ou psiquiatra.
Prática de exercícios: Um programa de exercícios regular e de baixo impacto pode beneficiar bastante os pacientes com Fibromialgia. Sempre orientados por um fisioterapeuta, os exercícios contribuem na manutenção de músculos condicionados e saudáveis. O paciente também é orientado sobre a importância do alongamento, da boa postura e dos exercícios de relaxamento. Bons exemplos são a caminhada, a natação e a hidroginástica.
Estilo de vida saudável: É extremamente necessária a adoção de bons hábitos ao longo de toda a vida, como boa alimentação, descanso mental para alívio do estresse e qualidade do sono.
FIBROMIALGIA E APOSENTADORIA
Há casos em que o paciente recebe direito à aposentadoria por conta da doença. Para isso, o médico perito comprova a Fibromialgia no paciente por meio de uma perícia agendada no INSS. Outro benefício que o paciente acometido pode receber é o auxílio-doença durante o período em que estiver incapacitado de trabalhar por conta de crises da doença.
CONVIVENDO COM O PROBLEMA
Sem a cura definitiva, o paciente com Fibromialgia deve se adaptar a novos hábitos em sua rotina, de modo a manter sua qualidade de vida apesar do problema. Algumas dicas incluem:
Lidar com o estresse da melhor forma;
Evitar cafeína em excesso, especialmente antes de dormir;
Conversar com outras pessoas sobre sua condição;
Investir em momentos para si, em que se livre de tensões do dia a dia.
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